terça-feira, 27 de outubro de 2009

A heroína que não sou...


Ao raiar da manhã de cada dia,
Se à minh'alma apetece renascer,
Limito as estremas de agrura e euforia,
Dizendo à dor que não me há-de vencer.

Se ao masoquismo não quero perder,
Não vou ganhar a luta à nostalgia,
Um fardo a carregar em demasia
Que faz meu rosto mais velho parecer.

Levanto-me, caindo a cada passo,
O chão rejeito e humildemente abraço,
Hosanas dando ao trilho por que vou...

Percorro na memória os mais hostis
Caminhos já vencidos, negros, vis,
E sinto-me a heroína que não sou!


IN Poesia que a mágoa tece - 2007

Foto: Paula Raposo

3 comentários:

Paula Raposo disse...

Gosto muito deste poema, Francília.
Porque eu até acho que nós somos mesmo heroínas!!
Beijinhos.

Maria Clarinda disse...

(...)(...)Levanto-me, caindo a cada passo,
O chão rejeito e humildemente abraço,
Hosanas dando ao trilho por que vou...


Muito bonito este teu poema, Francília!Jhs

Liliana Josué disse...

Olá Francília

Eu também acho que a Francília é uma heroína, apesar de contrariar no final do poema esse seu heroísmo.
Digo isto apenas baseada no que escreve, como é evidente.

Muitos beijinhos repenicadinhos.
Liliana Josué