sábado, 17 de outubro de 2009

Pinheiro erecto sou...

Com voz de amor ralhou-me, amargurada,
Minh'alma a q'rer saber porque tardou
Andar na estrada inda antes não andada,
Aonde alguém esperar por mim jurou...

Ternura guardo tanta amarrotada;
Com medo da traição amor não dou;
Da má sorte dos sós serei falada,
Recuso amores...Eu por aí não vou!


Com força forte agarro a tempestade
Mais crua, a dos revezes da idade,
Pois sou pinheiro erecto em nome e em porte.

Se no meu peito ainda há golpe aberto,
E a dor de tanta dor me fez um espectro,
Achei na solidão meu próprio norte!


IN Poesia que a mágoa tece - 2007

3 comentários:

Maria Clarinda disse...

Francília, não imagina como fiquei feliz ao ver os seus poemas num blog...seu!
Parabéns, gostei muito, e venham mais, tá?
Jinhos

Liliana josué disse...

Olá Francília

Mais uma maravilha da mestra sonetista.
A fuga a "qualquer coisa" é uma constante na sua poesia, e a tenacidade também. Mas, se me permite, acho que devemos viver o melhor que pudermos.
Uma delícia este seu poema.
Os meus parabéns.
E já agora mais parabéns por vê-la nestas andanças.

Um beijo amigo.
Liliana josué

Paula Raposo disse...

Gosto muito deste poema. Espero que seja o 1º de tantos outros a partilhar connosco. Beijinhos.