sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Quem me quiser...


Quem me quiser tem de vir procurar-me,
Quer faça chuva ou sol de calor pouco...
Quem me quiser, forçoso, tem de achar-me,
E há quanto tempo o espero como um louco...

Quem me quiser tem de sentir no ar
O cheiro a verde das serras do Norte...
Quem me quiser comigo há-de apanhar
Sargaços que vêm de mar longe à sorte...

Quem me quiser tem de ter cãs de outono
Que aos anos dão a cor nobre do mel...
Quem me quiser, à insónia dê o sono
A ver nascer meus versos no papel...

Quem me quiser, primeiro ausculte o vento,
Que o medo da traição do amor me afasta...
Quem me quiser não desperdice o tempo,
No inverno, os corações a neve castra!...


IN Poesia que a mágoa tece - 2007

Foto: Paula Raposo

6 comentários:

Maria Francília Pinheiro disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Paula Raposo disse...

Quem me quiser...terá que ter uma outra luz para me encontrar! Gosto muito deste poema, Francília. Beijinhos.

Maria Clarinda disse...

Muito bonito, Francília! Espero continuar a ler mais, poemas seus.
Jinhos

Jorge Castro (OrCa) disse...

Com que então, blogamos? Bravo! Que dos poemas já cá se sabe valerem a pena.

Beijos.

Liliana Josué disse...

Olá Francília

Como sempre um poema lindo.
Muito cheio de elementos da Natureza: verdura, Outono, vento, ar...
E sempre a acabar com chave de ouro como reza o soneto perfeito.

Beijo grande.
Liliana Josué

Anónimo disse...

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