tag:blogger.com,1999:blog-8027921369153140772024-03-13T09:02:45.168+00:00VALQUÍRIASMaria Francília Pinheirohttp://www.blogger.com/profile/02082130445243777250noreply@blogger.comBlogger16125tag:blogger.com,1999:blog-802792136915314077.post-7834570228827956912010-03-21T17:30:00.000+00:002010-03-21T17:30:12.180+00:00És tu, MULHER!Quem dá cuidado ao lume sem alarde...<br />
Quem bem reparte o pão quando apoucado...<br />
Quem atiça ao amor fogo em que arde...<br />
Quem mais não dorme um sono descansado...<br />
<br />
Quem não soçobra à beira do fracasso...<br />
Quem mais silente chora ou ri contente...<br />
Quem sempre vence a força do cansaço...<br />
Quem a má sorte esconde e cala à gente...<br />
<br />
Quem longe ainda o Sol já se levanta...<br />
Quem cuida do amanhã que amanhã vem...<br />
Quem na fraqueza é forte e se agiganta...<br />
Quem mais um filho sabe amar tão bem...<br />
<br />
Quem logo do parir esquece a dor...<br />
<strong><em>És tu, MULHER, só tu, fonte de Amor!</em></strong><br />
<br />
<strong><em>Caxias, 8/03/10</em></strong><br />
<strong><em>Maria Francília Pinheiro</em></strong>Maria Francília Pinheirohttp://www.blogger.com/profile/02082130445243777250noreply@blogger.com19tag:blogger.com,1999:blog-802792136915314077.post-22165946963497401652010-03-06T18:25:00.000+00:002010-03-06T18:25:36.272+00:00Poema para novos e velhos...<em>Quem a vida quer VIVER,</em><br />
<em>Fique atento ao que eu disser...</em><br />
<br />
Viva a vida com amor<br />
E esqueça ruim passado;<br />
Não há maior mau-olhado<br />
Que dar alimento à dor!<br />
<br />
<em>Durma a mais profunda sesta</em><br />
<em>Em cima do que não presta...</em><br />
<br />
Caminhe, quer queira ou não,<br />
Com o passo e a voz da idade;<br />
Vai ver quão mais longe há-de<br />
Pedir apoio ao bordão!<br />
<br />
<em>Estar parado não tem graça</em>,<br />
<em>À cama faça pirraça...</em><br />
<br />
Não coma demasiado<br />
Que p'ra viver basta pouco;<br />
Deixe um bom naco guardado<br />
P'rà amanhã... Não seja louco!<br />
<br />
<em>Olhe que de boas ceias</em><br />
<em>Estão as sepultura cheias;</em><br />
<em>E se há pão que a fome cura,</em><br />
<em>Bendiga ao Céu a fartura...</em><br />
<br />
Escreva muito e leia alto<br />
Que a memória vem de um salto<br />
Lembrar o que ontem dizia<br />
Ter esquecido ou nem sabia!<br />
<br />
<em>Ninguém está vivo sem história,</em><br />
<em>Não mande embora a memória...</em><br />
<br />
Quando a hora de sofrer<br />
À porta vier bater,<br />
Olhe-a de frente sem medo,<br />
Porque a dor espreita em segredo<br />
Bem dentro de todos nós... <br />
Mas resista à sua voz!<br />
<br />
<em><strong>Da luta não te despeças,</strong></em><br />
<em><strong>Chega à meta e pede meças...</strong></em><br />
<br />
<br />
Caxias, 3/09/09<br />
Maria Francília PinheiroMaria Francília Pinheirohttp://www.blogger.com/profile/02082130445243777250noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-802792136915314077.post-10919971506306117592010-03-06T16:23:00.000+00:002010-03-06T16:23:21.068+00:00Perfume de amor....Quem quiser anos viver<br />
Num oásis do deserto,<br />
Envelhecendo (por certo)<br />
Mas sem do tempo rancor,<br />
Busque alma-gémea de amor<br />
Correndo quanto puder!<br />
<br />
É a condição primeira<br />
Para os escolhos vencer;<br />
É sol no milho da eira<br />
Mesmo que teime em chover;<br />
É pão doce sobejado<br />
Na mesa, embora acabado...<br />
<br />
E se a lareira se apaga,<br />
Ternurenta mão lhe afaga<br />
Corpo e alma que arrefece;<br />
E, logo, em quentura a dois,<br />
A brasa é fogo e, depois,<br />
Um novo dia acontece...<br />
<br />
<strong>E cada amanhã traz lume</strong><br />
<strong>Mais rico e belo em perfume!</strong><br />
<br />
Caxias, 8/02/10Maria Francília Pinheirohttp://www.blogger.com/profile/02082130445243777250noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-802792136915314077.post-18582427251863778862010-01-14T19:47:00.002+00:002010-01-14T19:58:17.478+00:00Amar é um cântico à vida!<em>Quem ama não quer morrer,</em><br />
<em>Mas longa vida p'ra amar</em><br />
<em>O amor que lhe couber...</em><br />
<br />
Quer da noite fazer dia,<br />
Dias de luz verde e sol;<br />
E se o vento mal bulia,<br />
Corra a gritar espaço fora<br />
Que amar é luz de farol,<br />
Rompa a noite ou nasça a aurora!<br />
<br />
Amar é rir e folgar,<br />
Ser eternos namorados;<br />
Dia-a-dia partilhar<br />
Mágoas, agruras, pecados...<br />
<br />
É cantar uma cantiga<br />
E pôr longe o sofrimento;<br />
Alhear-se da fadiga<br />
Num abraço ternurento...<br />
<br />
É ser cúmplice! Recado<br />
Num breve e brejeiro olhar,<br />
Que faz saber ao amado<br />
A hora de ir deitar...<br />
<br />
É saciar mil desejos<br />
Em prazer sublimado;<br />
E na volúpia de beijos<br />
Tempo de amor não contado...<br />
<br />
É entrega! E as almas calam<br />
Maré vazante de um rio,<br />
Que logo em caudal se embalam<br />
Num turbilhão, desvario...<br />
<br />
É querer que o mundo saiba<br />
<em>(mas na mão fechada caiba)</em><br />
Segredos do seu amar;<br />
É ser o fogo na mata,<br />
Se alma-gémea o fogo acata,<br />
No breu da noite o luar...<br />
<br />
<strong>É água fresca da fonte</strong><br />
<strong>Que rasga a fraga no monte</strong><br />
<strong>E mata a sede a cantar!</strong><br />
<br />
<br />
Caxias, 27/12/08<br />
Maria Francília PinheiroMaria Francília Pinheirohttp://www.blogger.com/profile/02082130445243777250noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-802792136915314077.post-53499032338645398622009-12-30T17:40:00.001+00:002010-01-14T16:48:23.128+00:00Amor não vadio...A noite dorme silente.<br />
O frio gela lá fora.<br />
Chamo o sono. Faz-se ausente.<br />
E o frio venceu-me agora...<br />
<br />
Lareira almejo que aqueça<br />
Meu peito onde escondo o frio;<br />
De nada mais tenho pressa<br />
Senão de amor não-vadio...<br />
<br />
Amor só nosso é ternura<br />
Que aquece a alma e que dura<br />
Pelos tempos que hão-de vir...<br />
<br />
Mas passa um dia e outro vem<br />
Sem que à porta bata alguém<br />
E eu volte a ser flor a abrir...<br />
<br />
Caxias, 26/12/09<br />
Maria Francília PinheiroMaria Francília Pinheirohttp://www.blogger.com/profile/02082130445243777250noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-802792136915314077.post-52659816325416619962009-12-29T18:49:00.001+00:002009-12-29T18:52:02.089+00:00Que o Sol não tarde mais tarde que a hora....A noite adormece. Entrega-se ao tempo.<br />
O dia há-de vir quando a noite acordar.<br />
Que sombras-fantasma, receios calados,<br />
Que choros silentes eu grito ao luar...<br />
<br />
Em cinzas de lume a lareira se apaga.<br />
Mas guardei-lhe o cheiro da lenha que ardia.<br />
O sono que venha, se apresse e descanse<br />
A minh'alma exangue, carente, vazia...<br />
<br />
No céu acontecem vislumbres de prata.<br />
Por detrás do morro adivinha-se a aurora.<br />
Que os raios argênteos me beijem a boca<br />
E que o Sol não tarde mais tarde que a hora...<br />
<br />
<i>O fogo escondido liberto apressada.<br />
Sem medo me solto, vestida de nada!</i><br />
<br />
Caxias, 01/09/09<br />
Maria Francília PinheiroMaria Francília Pinheirohttp://www.blogger.com/profile/02082130445243777250noreply@blogger.com7tag:blogger.com,1999:blog-802792136915314077.post-30638788356041389862009-12-29T18:32:00.000+00:002009-12-29T18:32:42.633+00:00Verdade é o valor maior...Verdade é cristalina água das fontes<br />
Que a cantar vai no chão por onde passa;<br />
Verdade são os verdes lá dos montes<br />
Que tornam leve o ar que nos enlaça...<br />
<br />
Verdade é maresia ao fim da tarde,<br />
Tarde aquela em que o Sol mais abrasou;<br />
Verdade é puro azeite q'inda arde<br />
Se misturar-lhe água alguém tentou...<br />
<br />
Verdade é rio que sobe sem pressas,<br />
E sem mais pressa logo há-de descer;<br />
Verdade não se esconde, pede meças,<br />
Fica onde está, altiva até vencer...<br />
<br />
<b>Verdade é o valor maior na hora<br />
Em que à mentira só cabe ir embora!</b><br />
<br />
Caxias, 12/12/09<br />
Maria Francília PinheiroMaria Francília Pinheirohttp://www.blogger.com/profile/02082130445243777250noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-802792136915314077.post-28642047066921017492009-12-29T18:04:00.002+00:002010-01-14T16:51:38.796+00:00Que o Natal aconteça todos os dias...<i></i><br />
Se não vier o Natal<br />
Todos os dias a ser,<br />
Por que se há-de fazer<br />
Festa rija sem igual <br />
Pelo tempo do Natal<br />
Em vez de amor mais haver?<br />
<br />
Festa maior de Natal<br />
É a diferença abissal <br />
Entre aquele que amor tem<br />
Para dar sem ver a quem,<br />
E um outro que tudo faz<br />
Só por si e olha voraz<br />
O pouco de um pobre alguém...<br />
<br />
Quem pão não tiver p'ra dar<br />
Mas coração lhe sobrar,<br />
Dê trabalho voluntário...<br />
Sublime é ser solidário!<br />
<br />
Pois se há gozo em receber,<br />
Dar é tamanho prazer<br />
Que uma luz no peito seu<br />
Logo,de amor, se acendeu...<br />
<br />
Dê uma palavra amiga,<br />
Cante ao velho uma cantiga,<br />
Faça a quem chora um carinho;<br />
Agarre a mão ao doente,<br />
Dê-lhe o seu calor mais quente<br />
Num bago de azevinho...<br />
<br />
Olhe quem sofre nos olhos<br />
Com a ternura maior,<br />
Seu rosto no rosto seu;<br />
Se não vão embora os'scolhos,<br />
A dor ficou bem menor,<br />
A esp'rança lhe devolveu...<br />
<br />
E se tiver de fingir,<br />
A face pondo a sorrir<br />
Embora d'alma a sangrar,<br />
Vá em frente, não importa<br />
Sempre que os outros conforta,<br />
Finja mais..., chore a cantar!<br />
<br />
<b>Porque assim é que é Natal<br />
Ao do Deus-Menino igual.</b><br />
<br />
Caxias, 25/10/09<br />
Maria Francília PinheiroMaria Francília Pinheirohttp://www.blogger.com/profile/02082130445243777250noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-802792136915314077.post-36625228916720987532009-11-25T18:02:00.009+00:002009-11-27T16:49:53.593+00:00África Negra...<strong>Ao pôr-do-sol a terra é mais vermelha,<br />
E mais garrida a acácia nos parece.<br />
No mar há rubros de ouro. E anoitece<br />
Como no céu ressalta uma centelha.<br />
<br />
O Sol vai serra adentro. E acontece<br />
Que o chão de mil tons de ocre se avermelha.<br />
Foi Deus que a um justo viu fervor na prece:<br />
<em>Africa Negra ao Éden assemelha!</em><br />
<br />
À solta,andam na praia os namorados<br />
Na babugem das ondas, descuidados...<br />
E os búzios calam desmandos de amor.<br />
<br />
Há luz junto do mar que inda alumia.<br />
Chega à savana o cheiro a maresia,<br />
Porque há feitiço ao sul do Equador!<br />
<br />
<br />
<br />
In POESIA QUE A MÁGOA TECE, 2007.<br />
Maria Francília Pinheiro</strong>Maria Francília Pinheirohttp://www.blogger.com/profile/02082130445243777250noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-802792136915314077.post-51159670347244988102009-11-22T16:03:00.005+00:002009-11-23T07:41:59.736+00:00ÁFRICA MINHA...<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEglQNeFwu_3aRR_JVGx3-icxEebsx59pwYrXBkfUFNexJpW1PDh2i7_h3YJcfbxsZKQHcqHJod29XBrdCBcG_4JQFSbdJM01762eyCrPMQzBVLEtMu-oC3JKr8HM2o_3Bbwd91HlmAmh2Ti/s1600/P1020431.JPG"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 320px; height: 240px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEglQNeFwu_3aRR_JVGx3-icxEebsx59pwYrXBkfUFNexJpW1PDh2i7_h3YJcfbxsZKQHcqHJod29XBrdCBcG_4JQFSbdJM01762eyCrPMQzBVLEtMu-oC3JKr8HM2o_3Bbwd91HlmAmh2Ti/s320/P1020431.JPG" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5406982852270518866" /></a><br /><strong>Que saudades eu tenho, África minha!<br />Da cor do mar, do Sol a arder na pele,<br />Da chuva repentina que adivinha<br />A sede que ao chão faz lanho a cinzel...<br /><br />Ao sol, quando na rua vou sozinha,<br />Não esqueço o cajueiro e a sombra dele:<br />Dos cheiros e sabores eu guardo o mel<br />Da manga e da papaia madurinha...<br /><br />E como não lembrar a teimosia<br />Do tempo, que na imensa serrania<br />Lavrou perfis do Negro em cada monte!?...<br /><br />E mais outro igual não há sol-poente<br />Que se afoga a correr na serra adentro,<br />E traz perto da praia o horizonte!...</strong><br /><br /><em>A fotografia aérea da serra das "Cabeças de Velho", em Nampula/Moçambique, fala por que a magnitude do cenário só poderia caber onde a humildade poética não tivesse tamanho.</em><br /><br /><em><strong>In Poesia que a mágoa tece - 2007</strong></em>Maria Francília Pinheirohttp://www.blogger.com/profile/02082130445243777250noreply@blogger.com5tag:blogger.com,1999:blog-802792136915314077.post-63056689510661608252009-11-16T14:45:00.002+00:002009-11-16T14:53:38.654+00:00A magia acontece...<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEji_YE84O8gIgeWLvo82vQCJ2yurN29168QmZc5re7IdSOSH4l9MjLjS9zWkWx-1UGxIPwf4-pUEjZTnnkFZRHOXGXhw4xk4pZpfhZJtqcFYAhBvK_zd882FpXRUTwr69bGBx8tHnmvxPkE/s1600/P1010974.JPG"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 320px; height: 227px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEji_YE84O8gIgeWLvo82vQCJ2yurN29168QmZc5re7IdSOSH4l9MjLjS9zWkWx-1UGxIPwf4-pUEjZTnnkFZRHOXGXhw4xk4pZpfhZJtqcFYAhBvK_zd882FpXRUTwr69bGBx8tHnmvxPkE/s320/P1010974.JPG" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5404714564234237954" /></a><br /><strong>Por que razão, Amor, já te apartaste,<br />E com afagos meus ficas zangado...<br />Não vês a angústia no rosto cansado,<br />O espectro da seara que ceifaste!?<br /><br />Não mais quero saber por onde andaste,<br />Mas dar verdade ao sonho, então sonhado...<br />O que hoje em mim acusas de pecado<br />Não te enfadou enquanto só me amaste!<br /><br />Procuras a miragem que não presta.<br />Agarra o pouco do muito que resta,<br />E vai acontecer do Céu magia...<br /><br />Mas foges mais a cada hora, eu sinto.<br />No ar pairam amargos de absinto<br />Que me dão medo por telepatia...</strong><br /><br /><strong><em>IN Poesia que a Mágoa Tece - 2007.</em></strong><br /><br /><em>Foto: <a href="http://porumaobjectiva.blogspot.com">Paula Raposo.</a></em>Maria Francília Pinheirohttp://www.blogger.com/profile/02082130445243777250noreply@blogger.com5tag:blogger.com,1999:blog-802792136915314077.post-88568760545192718242009-11-09T15:32:00.003+00:002009-11-09T15:41:10.969+00:00Sou tua ainda...<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgQ9apu3EVNeEHw_1yJGUJbaESd0EoriUeOkIH-VFUalqn_LDhSRx6L1ro_0nFSdtkhH9_uiRF8O1RkuSavcJYr2JyPraJ21KQ7mamvbgIe5Zn-vwxF7UUT8-LWUcbpO9CMYxUamwtmP94N/s1600-h/P1010984.JPG"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 320px; height: 251px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgQ9apu3EVNeEHw_1yJGUJbaESd0EoriUeOkIH-VFUalqn_LDhSRx6L1ro_0nFSdtkhH9_uiRF8O1RkuSavcJYr2JyPraJ21KQ7mamvbgIe5Zn-vwxF7UUT8-LWUcbpO9CMYxUamwtmP94N/s320/P1010984.JPG" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5402129006818413698" /></a><br /><strong>De alma e corpo fui tua pelas horas<br />Dos anos...<em>Já esqueceste ou nada importa?</em><br />Sabendo eu bem que as minhas dores não choras,<br />O teu rodar da chave ouço na porta...<br /><br />Sou tua ainda, que em meu peito moras,<br />E vejo os olhos teus, lascivos, vindo<br />Olhar-me o corpo, que em beijos devoras,<br />Enquanto a minha flor se vai abrindo...<br /><br />Chegada a hora de me ir deitar,<br />Espero-te. Não vens. E,ao acordar,<br />Afagos de amor lembro que não digo...<br /><br />Se não puder esquecer-te, fico louca.<br />Porque a fome que vem à minha boca<br />Não é de pão...,mas a calar me obrigo!</strong><br /><br /><em>In Poesia que a mágoa tece - 2007</em><br /><br />Foto: <a href="http://porumaobjectiva.blogspot.com">Paula Raposo</a>Maria Francília Pinheirohttp://www.blogger.com/profile/02082130445243777250noreply@blogger.com15tag:blogger.com,1999:blog-802792136915314077.post-85500536801150794222009-11-01T18:15:00.005+00:002009-11-02T21:07:06.776+00:00O dote...<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEisDsL40TbOxWVGyFqN5N1r1SRw6bQQT6nU5g15r03jZS0Yt_AEN3NNdXnPOr7ULxwrfJMAPqm3zT250_UaWONaU3gdkHgbNm86O55ulNMbCRYxZVE2UyFcAI4_zHKHo9dx3slIvkbmFqwB/s1600-h/P1000955.JPG"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 320px; height: 240px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEisDsL40TbOxWVGyFqN5N1r1SRw6bQQT6nU5g15r03jZS0Yt_AEN3NNdXnPOr7ULxwrfJMAPqm3zT250_UaWONaU3gdkHgbNm86O55ulNMbCRYxZVE2UyFcAI4_zHKHo9dx3slIvkbmFqwB/s320/P1000955.JPG" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5399202827008237362" /></a><br /><strong>Nesta aridez de selva que é a vida,<br />Deixei-me sufocar em tempos idos.<br />Mas, alguns anos já sendo volvidos,<br />Um sol de luz me quis ver renascida...<br /><br />E alumiou minh'alma enlouquecida,<br />Cansada dos mil gritos e gemidos<br />Silentes, sufocados ou bramidos,<br />Em que afogava a dor mais desabrida...<br /><br />Então, aquele sol de luz falou:<br /><em>Sê nobre como a árvore na mata,<br />De pé, altiva em porte, embora archote,<br /><br />Se mão cobarde o fogo lhe ateou.<br />E porque presa ao chão ordens acata,<br />Dignidade legou...Agarra o dote!</em></strong><br /><br /><em>IN Poesia que a mágoa tece 2007<br /><br />Foto: <a href="http://porumaobjectiva.blogspot.com">Paula Raposo</a></em>Maria Francília Pinheirohttp://www.blogger.com/profile/02082130445243777250noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-802792136915314077.post-71459228114519232162009-10-27T19:51:00.003+00:002009-10-27T20:00:07.944+00:00A heroína que não sou...<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg4XlP92gVF2jExw5zrHOZvFbPRbz7wTwf_S2PoCDB0Uui3ViUdtfGe0v5o0yxZCIINNNn99-JWkPq1pBkJeDBKPXEr5fg5b9ZqilwU_AL5UitypylP625h7Ixidudgb5E_hCkyNP6wVb5D/s1600-h/P1010856.JPG"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 320px; height: 240px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg4XlP92gVF2jExw5zrHOZvFbPRbz7wTwf_S2PoCDB0Uui3ViUdtfGe0v5o0yxZCIINNNn99-JWkPq1pBkJeDBKPXEr5fg5b9ZqilwU_AL5UitypylP625h7Ixidudgb5E_hCkyNP6wVb5D/s320/P1010856.JPG" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5397371757040909906" /></a><br /><strong>Ao raiar da manhã de cada dia,<br />Se à minh'alma apetece renascer,<br />Limito as estremas de agrura e euforia,<br />Dizendo à dor que não me há-de vencer.<br /><br />Se ao masoquismo não quero perder,<br />Não vou ganhar a luta à nostalgia,<br />Um fardo a carregar em demasia<br />Que faz meu rosto mais velho parecer.<br /><br />Levanto-me, caindo a cada passo,<br />O chão rejeito e humildemente abraço,<br />Hosanas dando ao trilho por que vou...<br /><br />Percorro na memória os mais hostis<br />Caminhos já vencidos, negros, vis,<br />E sinto-me a heroína que não sou!</strong><br /><br /><em>IN Poesia que a mágoa tece - 2007<br /><br />Foto: <a href="http://porumaobjectiva.blogspot.com">Paula Raposo</a></em>Maria Francília Pinheirohttp://www.blogger.com/profile/02082130445243777250noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-802792136915314077.post-61485226899090734002009-10-23T00:03:00.005+01:002009-10-27T20:00:28.710+00:00Quem me quiser...<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj1DvDqbcosxGsla1yEofYSa1BEjzo6YNlxEXVNe6WnU_QabWzCESOXwMVPlDHztpCOf-sEJhdFGeoO61SxAy6xTZISxw_G1HV8Ww3xk5TxESgbWz9WaYqCnKu98haVFLNmRRabCMMA1wHK/s1600-h/Cascais+16-09.2009+035.jpg"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 320px; height: 240px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj1DvDqbcosxGsla1yEofYSa1BEjzo6YNlxEXVNe6WnU_QabWzCESOXwMVPlDHztpCOf-sEJhdFGeoO61SxAy6xTZISxw_G1HV8Ww3xk5TxESgbWz9WaYqCnKu98haVFLNmRRabCMMA1wHK/s320/Cascais+16-09.2009+035.jpg" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5395568960822917586" /></a><br /><strong>Quem me quiser tem de vir procurar-me,<br />Quer faça chuva ou sol de calor pouco...<br />Quem me quiser, forçoso, tem de achar-me,<br />E há quanto tempo o espero como um louco...<br /><br />Quem me quiser tem de sentir no ar<br />O cheiro a verde das serras do Norte...<br />Quem me quiser comigo há-de apanhar<br />Sargaços que vêm de mar longe à sorte...<br /><br />Quem me quiser tem de ter cãs de outono<br />Que aos anos dão a cor nobre do mel...<br />Quem me quiser, à insónia dê o sono<br />A ver nascer meus versos no papel...<br /><br />Quem me quiser, primeiro ausculte o vento,<br />Que o medo da traição do amor me afasta...<br />Quem me quiser não desperdice o tempo,<br />No inverno, os corações a neve castra!...</strong><br /><br /><em>IN Poesia que a mágoa tece - 2007<br /><br />Foto: <a href="http://porumaobjectiva.blogspot.com">Paula Raposo</a></em>Maria Francília Pinheirohttp://www.blogger.com/profile/02082130445243777250noreply@blogger.com6tag:blogger.com,1999:blog-802792136915314077.post-40737208551240476222009-10-17T22:04:00.002+01:002009-10-17T22:14:22.336+01:00Pinheiro erecto sou...<strong>Com voz de amor ralhou-me, amargurada,<br />Minh'alma a q'rer saber porque tardou<br />Andar na estrada inda antes não andada,<br />Aonde alguém esperar por mim jurou...<br /><br /><em>Ternura guardo tanta amarrotada;<br />Com medo da traição amor não dou;<br />Da má sorte dos sós serei falada,<br />Recuso amores...Eu por aí não vou!</em><br /><br />Com força forte agarro a tempestade<br />Mais crua, a dos revezes da idade,<br />Pois sou pinheiro erecto em nome e em porte.<br /><br />Se no meu peito ainda há golpe aberto,<br />E a dor de tanta dor me fez um espectro,<br />Achei na solidão meu próprio norte!</strong><br /><br /><em>IN Poesia que a mágoa tece - 2007</em>Maria Francília Pinheirohttp://www.blogger.com/profile/02082130445243777250noreply@blogger.com3